terça-feira, 14 de dezembro de 2010

DVD ao vivo Cesar & Cristiano


A DRR produções estava idealizada . Marcos Mendes e eu firmamos sociedade, rodamos alguns projetos teste e estávamos procurando clientes para dar o start financeiro e entrar de cabeça no áudio visual.
Na nossa sociedade as coisas eram simples, um cuidava do áudio e o outro do video. O ano era 2006 e apostávamos no mercado de DVD ao vivo. Acreditávamos estar oferecendo um serviço justo focando em grupos independentes que auto-financiavam-se. Gravar um DVD ao vivo até então era um projeto de auto custo, com menos de 100.000 reais nem dava para começar a pensar a respeito e apenas gravadoras davam-se ao gosto de realizar esses projetos.
Montamos um set-up de equipamentos compactos que acreditávamos ser o suficiente para atender um público "B" oferecendo um resultado justo e talvez até revolucionar com um ótimo custo beneficio.

Eis que aparece nosso primeiro cliente. A dupla César & Cristiano tinha exatamente o perfil almejado. Sem gravadora ou produtora eles queriam gravar um DVD ao vivo, tinham pouco dinheiro e iam financiar tudo. Negócio fechado, cobramos barato claro, precisávamos deles tanto quanto eles de nós.

A gravação foi feita no Stones music bar. A produção de luz era por conta da dupla que ficou prejudicada principalmente pelo fato do palco ser iluminado pela luz do sol durante o dia e a gravação estava marcada para 19hs da noite. Ou seja, não teve tempo de conferir e ficou escuro, com sombras, entre outros erros.

Na gravação de áudio usamos nosso set-up básico sem back-up. Três placas com 24 canais pré-amplificados da Presonus que enviava o sinal para um PC rodando o software de gravação Nuendo. Microfones shure, sennheiser e beyerdynamic registrando todos os 24 canais simultaneamente parecia estar ok.

Para o registro de video fiz uma pequena salada de câmeras aluguei duas sony PD170, uma sony Z1, uma panasonic GS320 e uma panasonic DVX100b. não usei video preview nem switcher de corte para monitorar. Foi na raça, passei as coordenadas para os câmeras e confiei, até porque um deles seria eu e não teria como acompanhar individualmente. Também não tinha muita segurança para presetar as filmadoras, por isso deixei todas no modo automático total filmando em mini DV SD 4x3.

Durante o show a dupla começou a repetir muitas musicas e a fazer grandes pausas de uma musica para outra. Como eu não havia levado muitas fitas reserva, tivemos que pausar durante uma musica e outra o que deu um trabalho dos infernos na hora de sincar.

Ainda durante a gravação, perdemos 8 canais de áudio. O cabo fire-wire das placas de áudio que as ligava em cascata deu pau. Conseguimos gravar o principal, que era a bateria e vozes. O resto dos instrumentos a dupla já pretendia regravar em estudio e assim fizeram. É uma prática comum regravar o áudio de DVDs ao vivo em estúdio, mas não contávamos que a dupla demoraria exatamente 1 ano para faze-lo.

E foi assim, depois de muitos sustos, muitos meses de edição, mixagem e finalização; a dupla conseguiu lançar seu CD e DVD ao vivo. Até onde eu sei o objetivo foi atingido e rendeu uma grande visualização para a dupla.

CD e DVD César e Cristiano Acústico

Direção: Gilson Insone
Técnico de áudio: Marcos Mendes
Aux. Técnico: Thiago Mendes
Mixagem: Bruno Melo (Estudio Produssom)
Edição e autoração: Gilson Insone
Câmeras: André Lago, Eduardo Luderer, Anselmo Mora e Gilson Insone.
Produção e realização: César & Cristiano




Making Of









domingo, 15 de agosto de 2010

Documentário "Carandiru 16" (relatos)


Não sou formado em Rádio/TV mas já participei tão ativamente em três trabalhos de conclusão de curso que já cheguei a sentir o cheirinho do tão almejado canudo.
O primeiro e mais interessante na minha opinião foi o "Carandiru 16" Documentário de 16 minutos finalizado em 2008 cujo objetivo era reviver o maior massacre carcerário brasileiro após 16 anos. O grupo da turma de jornalismo da FIAM faturou o 10 na banca com louvor e chegaram a receber até proposta para uma versão longa do doc.
O grupo entrou em contato comigo através da indicação de um amigo e o combinado era filmar as entrevistas, editar e finalizar o doc. Claro que foi muito mais complexo que isso, mas valeu a pena. Foi minha primeira experiência com o formato e aprendi a respeitar muito quem faz documentários. Como referência sobre o tema e formato assisti dois docs geniais que me influenciaram além do profissional, "O Prisioneiro da Grade de Ferro" de Paulo Sacramento e "Ônibus 174" de José Padilha e editado por Paulo Sacramento. Demais!
Na captação usei uma Sony PD150 e microfones de boom e lapela sony. Além dos morros de favela que escalamos e de filmagens na surdina com ex comandantes táticos da policia civil; destaco como ponto alto a exclusiva com o ex governador Luiz Antônio Fleury Filho que segundo os jornais teria dado a ordem de invasão que culminaria no massacre, mas o mesmo nunca admitiu e pouco havia falado sobre o caso até então.
Carandiru 16 chegou a ser exibido na TV à cabo e esta disponível no acervo da FIAM/FAAM.
Deixo grandes consideração pelos diretores que integraram o grupo e fizeram um trabalho incrível nas entrevistas e pré produção.

Carandiru 16 (relatos)

Direção, produção, roteiro e entrevistas:
Camila Maiotto, Eduardo Mantovani, Izadora Esconza e William Paoliere
Áudio direto, imagens, edição, finalização e autoração:
Gilson Insone
Núcleo:
Centro Universitário UNI FIAM FAAM

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Prelúdio ao testamento do apanhador - Dance of Days

Depois da "boa aceitação" do clipe Guarda Chuva dos Insones. Achei que poderia repetir a dose, mas desta vez da forma correta, com profissionalismo e maior repercussão. Exceto pela repercussão, me enganei mais uma vez. Eu ainda estava verde como um catarro de fumo para dirigir um clipe do DOD.

A oportunidade de fazer este clipe surgiu da amizade com Fausto e Tyello do DOD que começou na Teodoro Sampaio quando eu era do ramo e fazia "rolos" com equipamentos e instrumentos.

Para rodar o clipe de Prelúdio, chamei novamente o André Kitagawa que havia salvado o clipe Guarda Chuva com uma ótima edição.
A minha proposta para o DOD foi de 750,00 pelo clipe, sendo 600,00 para o Kitagawa e 150,00 no aluguel de uma PD 170. Minha parte seria apenas a divulgação da recém idealizada DRR produções. Os membros do DOD assistiram o clipe de Guarda Chuva e toparam pagar 700,00. Estava fechado, botei cinquentão do bolso.

Filmamos com duas Sony PD170 e PD150, câmeras para vídeo, eu sei, mas que filmam com pouca luz, hoje é uma péssima opção para rodar clipes, mas na época me parecia ser a melhor.
A musica é ótima, na minha opinião a melhor do DOD. Assisti o filme Clube da Luta umas três vezes antes de fechar o roteiro que era baseado na idéia da banda de recriar o clube da luta.

Pensando no que eu iria escrever sobre esse clipe depois de tanto tempo... Lembrei do texto abaixo que escrevi um dia antes do lançamento oficial do clipe na net. No texto eu transmito um pouco da inocência e entusiasmo que eu tinha na época, segue sem cortes:

07/04/2008
Oficial... Vídeo clipe de Prelúdio no ar

Está no ar para streaming o novo vídeo clipe do DOD “Prelúdio
ao testamento do apanhador”
Direção: Gilson Insone
Diretor de fotografia: André Kitagawa
Produção: DRR liverecord
Roteiro: Dance of Days
Edição e finalização: André Kitagawa

Sobre o clipe:
A idéia de recriar um clube da luta veio dos integrantes do DOD que escolheram a música Prelúdio ao testamento do apanhador ao qual a letra representa a luta constante dos integrantes no seu dia a dia, além da sugestiva introdução que é um trecho do filme de David Fincher. O clube da Luta é uma forma de extravasar os sentimentos reprimidos através da luta livre. O DOD não lutou na forma física, mas sim, através da sua luta dos dias... Tocando.

Curiosidades sobre o clipe:
Os integrantes do DOD no clipe não fazem playback da música e sim tocam ao vivo de verdade, isso foi feito para recriar o clima do show ao vivo de forma que a seleta platéia que estava no estúdio Rocktogether representasse como um show. Por esse motivo, as imagens ficaram com um andamento pouco diferente da versão final da musica.
A edição foi trabalhosa, mas a intenção não era um sincronismo perfeito e sim uma execução primordial. 50% das lutas são reais e vários participantes saíram com hematomas expostos.
A primeira idéia do clipe era que o Ozias (Roadie do DOD) representasse o personagem Tyler Durden, mas isso acabou ficando sutil e desprendido do contexto geral."


Lembro que no set, tinha uma equipe da LbVidz filmando o making of, mas pelo que sei nem chegaram a divulgar nada deste material, tenho quase certeza que rolou uma decepção geral pela fraca produção.
Na finalização também rolou um leve stress com o editor que não estava muito a fim de fazer as alterações que a banda pedia devido ao baixo custo. Acho que tudo isso acabou por não motivar a banda a divulgar da forma que eu esperava, mas gosto do resultado, já superei a fase do "e se..." que também foi boa para me mostrar que eu ainda tinha muito para aprender antes de chegar ao profissionalimos almejado.

Prelúdio ao Testamento do Apanhador é um video clipe underground e espontâneo... SOCO NA CARA E CHUTE NO BAÇO... PEGA EU!



Prelúdio ao Testamento Video Clip DOD

domingo, 25 de julho de 2010

Do DERRAME a DRR produções


Derrame, Insones, Seres, Benzina, e etc. eram opções de nomes para a banda em 2003. Ficou Insones, mas sempre gostei de Derrame porque ele tem uma duplicidade; Derrame pode ser Derramar, transbordar, algo em excesso ou como na interpretação da maioria a doença motivo da morte para muitos.

O Nome "Derrame" acabou sendo usado para batizar a musica mais paulada dos Insones e também minhas aventuras audio/visuais da época. "Derrame produções"

Assinando Derrame fiz alguns registros gratuitos dos Eviltrucers entrevista e bastidores da gravação e para o Paletó em Brasília Combustão e Rock'n'Roll Party Alguns gravei outros apenas editei, brinde para a banda dos brothers.

Convidei os camaradas do Dirty Deeds AC/DC cover para um registro de audio e video gravado no estudio Produssom por Marcos Mendes que logo depois também gravaria o audio de um show dos Insones ao vivo no Outs onde acabariamos por firmar parceria e mudar o nome para DRR.

DRR na verdade é uma abreviação de Derrame, mas como tinhamos planos de atender variados registros, até mesmo em igrejas... Derrame podia não soar muito bem, sem uma idéia melhor de nome surge então a DRR produções.




por Gilson Insone

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Primeiro Video Clipe "Guarda Chuva" dos Insones


Sendo baixista dos Insones, claro que o primeiro clipe seria o nosso.
Guarda Chuva é um vídeo repleto de "erros de linguagem cinematográficas". Foi feito de forma amadora por amadores e tem cara de caseiro. Talvez essa inocência seja o que mais me agrade nele.

Roteiro:

Nunca existiu roteiro. O único detalhe é que tinha que ser em um dia chuvoso. Allison queria imagens do recém comprado Dodge Dart 74 vermelho e eu queria fazer imagens com minha recém adquirida mini dv panasonic EZ1.
Entramos no Dodge e começamos filmar. As primeiras idéias de contar a história de dois Allisons, como fosse um sonho e que se encontravam no final, foi surgindo conforme faziamos as filmagens.

Filmagens:
A Panasonic EZ1 não estava 100%. A bateria não durava muito e ela desligava a cada 5 minutos. Por isso ganhei de brinde uma lente grande angular que ajudou muito nas imagens internas do carro. O problema é que eu não sabia quando trocar de lente e até imagens com zoom foram feitas com a GA.
Captei as imagens do Allison e do carro, as imagens de show são do brother Anselmo Mora e as imagens dos Insones tocando no meio da obra são do André kitagawa. Não usamos qualquer tipo de iluminação artificial.

Direção de arte:
Ninguém se preocupou com isso. O carro por si só é demais e parece ter sido transportado dos anos 70. Aproveitamos a casa do Allison que estava em construção e tinha muitas madeiras, molhamos o chão porque neste dia não estava chovendo. A casa do pai do Allison é também bem antiga e não teve nenhuma alteração para as imagens internas.

Fotografia:
Se isso fosse questionado naquela época a resposta seria "não obrigado, hoje vamos só filmar mesmo"
A EZ1 ficou o tempo todo no automático, captando em 30fps, SD 4x3, nenhum tripé foi usado e o look final foi feito na pós por André Kitagawa.

Edição e Finalização:
Eu comecei a edição antes mesmo de acabar a captação. Era só uma montagem inicial para saber se tinhamos algo bom. Os Insones assistiram, viram potencial e acharam prudente chamar o André Kitagawa para ajudar e foi aí que ele entrou com as imagens da banda e finalizou a edição mantendo o primeiro minuto praticamente igual ao que eu havia feito porém concluindo com uma visão incrível. Eu acho até que ele é o salvador, tirou leite de pedra com as imagens que tinha usando o After Effects, quem conhece sabe que não é um programa de edição, editar com o affter é loucura, mas rolou e ficou foda.

Repercussão:
O vídeo Clipe Guarda Chuva repercutiu melhor do que o esperado, foi exibido semanalmente por vários meses no programa NGT Independente da tv aberta e até fomos convidados para participar tocando ao vivo.
Foi entregue para MTV, mas somente anos depois ele entraria na programação LAB Brasil e no portal MTV onde esta até hoje.
Na internet esta publicado em vários sites, mas o melhor de todos os reconhecimentos foi no site Fiz TV que também era um canal de TV a cabo do grupo Abril. Guarda Chuva entrou na programação da TV e foi selecionado para o quadro Fiz Bem Feito onde um diretor de vídeo clipes comentava a produção independente. No nosso caso foi Luis Carone que comentou e elogiou bastante, principalmente a atuação do Allison.
A musica acabou por se tornar a mais conhecida dos Insones.









Ficha técnica:

Roterio e Produção: Insones
Direção: Gilson e Allison Insone
Imagens: Gilson Insone, Anselmo Mora e André Kitagawa
Edição: Gilson Insone e André Kitagawa
Finalização: André Kitagawa



por: Gilson Insone

domingo, 18 de julho de 2010

Desde então venho tentando...

Primeiro post, vou começar abrindo o jogo.
Nasci no interior de São Paulo, Novo Horizonte, 35,000 habitantes, meu falecido pai era agricultor, deixou para os filhos um pequeno sítio onde plantava limão, laranja, criava algumas poucas cabeças de gado e assim ganhava a vida e sustentava a família.
Meu velho tentou muito me tirar da frente da tv, mas foi em vão. Lembro do meu irmão chegando com a primeira semp-toshiba colorida que tivemos e mais tarde com a grande revolução doméstica dos anos 80/90 - O Video Cassete gospe fita.
Pra quem não sabe, no interior só assiste MTV quem tem parabólica, mas eu tinha "e tenho" um grande amigo de São Paulo que visita sua avó "minha vizinha" duas vezes por ano durante as férias escolares e me deixou à par de muita coisa. Ele gravava e trazia várias fitas k7 com a programação da 89 "Rádio Rock" e alguns VHS com a programação da MTV, além de filmes. E como gostava de clipes viu...
Na tv aberta passava o Kliptonita, alguns clipes de rock, sempre os mesmos, mas eu adorava.
Fui contagiado com o Rock, daí pra montar uma banda foi um pulo.
Eu era leitor assíduo de "A Teia do Aranha" tinha todos desde o nº1 e claro, a Rock Brigade com as tiras do Gato Radical e informações sobre Hard Rock.
Em 2002 decidi vir pra São Paulo, passei perrengue, morei em pensões, cheguei a dividir quarto com até 6 pessoas, passei fome, mas acho que era o caminho natural das coisas.
Trabalhei em lojas de instrumentos, conheci os Insones e casei com meu grande amor minha conterrânea.
Não sei se pareceu conclusivo, mas não é. Me envolvi com videos a pouco tempo, acho que foi em 2005 quando comecei a brincar com o Sony Vegas 3 apresentado por um amigo como sendo fácil de usar. Instalei no meu celeron e comecei a me divertir, já tinha uma certa intimidade com softwares de áudio com o Sound Forge e Sonar que facilitou a vida.
Nesta época ainda não pensava em gravar, gostava de fazer brincadeiras sem qualquer pudor, sem estilos ou sutilezas. Este video é um bom exemplo do que eu fazia.

Quando a loja que eu trabalhava fechou, ainda fiquei um bom tempo vivendo da venda de instrumentos e equipamentos particulares, mas eu estava a fim de fazer algo que gostasse, que envolvesse criação, desafio, talento... E desde então venho tentando.

Gilson Insone